segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Radicais Livres causas e danos na pele

Radicais Livres causas e danos na pele

RADICAIS LIVRES

Os Radicais Livres são moléculas orgânicas e inorgânicas e os átomos que contêm um ou mais elétrons não pareados, com existência independente. Essa configuração faz dos radicais livres moléculas altamente instáveis, com meia-vida curtíssima e quimicamente muito reativas. A presença dos radicais é importantíssima para a manutenção de muitas funções fisiológicas normais. Normalmente em torno de 97% dos RL são neutralizados pelo organismo, porém os 3% que restam agridem o organismo.

Os radicais livres são formados quando um átomo de oxigênio perde um elétron. Para reconstituir sua neutralização os radicais livres tendem a capturar elétrons de outros átomos. O que pode ocasionar em duas situações distintas. A primeira é quando a neutralização de um RL pode gerar a sua multiplicação. Na segunda situação o RL se liga a membrana celular, favorecendo a sua reestabilização, porém esse processo acaba gerando uma oxidação danificando a membrana, o DNA, diversos tecidos, e os meios de restauração da célula. Por esse motivo é indispensável que a pele tenha um depósito de antioxidantes. A instabilidade e a alta reatividade do RL são reparadas quando o mesmo doa ou recebe um elétron de outra molécula.

O oxigênio, no processo de respiração celular, é utilizado no interior das mitocôndrias ou na membrana e o seu alvo celular (proteínas, lipídeos, carboidratos e DNA) está relacionado com o seu sítio de formação. Entre as principais formas reativas de oxigênio o O2- apresenta uma baixa capacidade de oxidação, o OH. mostra uma pequena capacidade de difusão e é o mais reativo na indução de lesões nas moléculas celulares. O H2O2 não é considerado um radical livre verdadeiro, mas é capaz de atravessar a membrana nuclear e induzir danos na molécula de DNA por meio de reações enzimáticas.

Algumas espécies de radicais livres:
1O2 oxigênio singlete 
O2- radical superóxido 
OH· radical hidroxila 
NO· óxido nítrico 
ONOO- peroxinitrito 
Q· radical semiquinona

Estresse oxidativo
A formação de radicais livres in vivo ocorre via ação catalítica de enzimas, durante os processos de transferência de elétrons que ocorrem no metabolismo celular e pela exposição à fatores exógenos. Contudo, na condição de pró-oxidante a concentração desses radicais pode aumentar devido à maior geração intracelular ou pela deficiência dos mecanismos antioxidantes. O desequilíbrio entre moléculas oxidantes e antioxidantes que resulta na indução de danos celulares pelos radicais livres tem sido chamado de estresse oxidativo.

O corpo possui um sistema de defesa, contra os malefícios decorrentes dos radicais livres que através de substâncias produzidas no organismo, vitaminas e minerais agem como varredores, conduzindo o excesso de RL para meios de eliminação de toxinas tais como: Pele, intestino grosso, sistema linfático, aparelho urinário e respiratório. Porém com a idade e com a exposição do corpo a situações em que a capacidade do organismo em neutralizar elétrons seja menor do que a demanda, essa defesa acaba sendo prejudicada. (Acarretando em doenças como: câncer, doenças cardíacas, artrite, doença de Lou Gehrig, e doença de Alziheimer. Além de serem nocivas ás células de langerhans, diminuindo a eficácia do sistema imunológico da pele, geram acumulo de substâncias químicas, que por sua vez causam malefícios ás células e acentuam o envelhecimento cutâneo.

O sistema de defesa que o corpo possui são os antioxidantes que trabalham para inibir e/ou reduzir os danos causados pela ação deletéria dos radicais livres ou das espécies reativas não-radicais. Esses agentes que protegem as células contra os efeitos dos radicais livres podem ser classificados em antioxidantes enzimáticos ou não-enzimáticos. Uma alimentação balanceada deve ser o meio de escolha preferencial para combater esses agentes, cores vibrantes de frutas, legumes e verduras são alimentos ricos de antioxidantes.

Os estudos sobre ação dos radicais livres foram motivados e impulsionados pela descoberta da sua ação sobre o envelhecimento celular. Os radicais livres agem sobre as células, alterando suas membranas e dando-lhes um aspecto de células velhas que, normalmente, seriam eliminadas pelo sistema imunológico do organismo. No entanto, quando a quantidade de células alteradas é aumentada pelo excesso de radicais livres e quando, devido ao envelhecimento cronológico do organismo, há diminuição do sistema imunológico, o organismo não consegue eliminar as células alteradas. Assim, algumas dessas células sobrevivem e começam a funcionar de maneira inadequada, alterando a fisiologia do tecido, do órgão e de todo o organismo. Como essas células podem ter seu código genético alterado, multiplicam-se desordenadamente, propiciando o aparecimento de tumores, doenças pulmonares, cataratas entre outras. 

Entretanto, os radicais livres são muito úteis. O organismo humano não vive sem eles, pois são indispensáveis na defesa contra infecções. Quando algo estranho consegue entrar no organismo, como um vírus, uma bactéria ou uma partícula de pó, logo soa um alarme químico pra as células do sistema imunológico. Os primeiros a chegar ao local são os neutrófilos que agirão contra o invasor, em seguida vem os macrófagos que engolem e trituram o agente estranho. Essa estratégia de defesa só é possível porque o organismo utiliza o potencial destruidor dos radicais livres. O macrófago, por exemplo, envolve uma bactéria para bombardeá-la com superóxidos.

Antioxidante

Os antioxidantes são substâncias que ajudam a reduzir os efeitos do estresse e da falta de oxigênio, formando complexos que atenuam as reações produtoras de radicais livres. A capacidade de defesa do sistema antioxidante depende de uma dieta adequada em micronutrientes (vitaminas, minerais, aminoácidos) e a produção endógena de antioxidantes como o glutation.
Recentemente foi descrito na literatura que as vitaminas A (beta-caroteno), E (tocoferol) e C (ácido ascórbico), junto com minerais como o zinco (Zn), atuam como agentes protetores antioxidantes. O ácido ascórbico pode reduzir o radical livre do tocoferol e regenerá-lo. O radical de ascorbato, que é estável ou ao menos não reativo, pode ser reduzido enzimaticamente a ácido ascórbico por uma reação sistêmica de nicotinamida dinucleotídeo.

Os tocoferóis e os beta-carotenos estão incluídos dentro dos antioxidantes que protegem a membrana celular diante dos radicais que atacam as lipoproteínas de baixa densidade da mesma. 

O período precedente à oxidação, no qual é consumido primeiro o tocoferol e depois o beta-caroteno, é denominado fase de intervalo. Esta fase parece servir como medida da proteção das lipoproteínas pelos antioxidantes e a sua duração está determinada pelo conteúdo de antioxidantes.

Os tocoferóis atuam como primeira barreira defensiva contra os radicais lipofílicos, enquanto que o ácido ascórbico intervém como primeira barreira diante dos radicais hidrofílicos.

Além da forma química desses compostos do sistema defensor diante dos oxidantes, existem outras enzimas endógenas antioxidantes que possuem grande importância na proteção celular, como a superóxido-dismutase, a catalase e a glutation-peroxidase. A superóxido-dismutase catalisa a redução de superóxido a oxigênio e peróxido de hidrogênio, enquanto que a catalase converte o hidrogênio peróxido em água e oxigênio.

A importância concernente ao desempenho dos antioxidantes in vivo depende dos fatores: tipos de radicais livres formados; onde e como são gerados esses radicais; análise e métodos para a identificação dos danos, e doses ideais para obter proteção.

Assim, é perfeitamente possível que um antioxidante atue como protetor em determinado sistema, mas que falhe na proteção, ou mesmo que aumente as lesões induzidas em outros sistemas, ou tecidos.

A vitamina C, por exemplo, atua na fase aquosa como um excelente antioxidante sobre os radicais livres, mas não é capaz de agir nos compartimentos lipofílicos para inibir a peroxidação dos lipídeos. Por outro lado, estudos in vitro mostraram que essa vitamina na presença de metais de transição, tais como o ferro, pode atuar como uma molécula pró-oxidante e gerar os radicais H2Oe OH·. Geralmente, esses metais estão disponíveis em quantidades muito limitadas e as propriedades antioxidantes dessa vitamina predominam in vivo.

O processo de envelhecimento é inevitável, mas com a ajuda dos antioxidantes, utilizados de forma simultânea podemos atenuar ou inibir os efeitos dos radicais livres assim podendo amenizar os seus efeitos nocivos nesse processo.

Referencias

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