quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Preenchedores cutâneo

Muito utilizado nos tratamentos para rejuvenescimento facial, os preenchimentos cutâneos auxiliam na atenuação de rugas, cicatrizes e correção de sulcos. O processo consiste na aplicação de substâncias que preenchem os espaços entre as células e levantam ou aumentam a superfície da pele.


A técnica, desenvolvida por dermatologistas, pode ser realizada no consultório, sendo um procedimento rápido e que, na maioria das vezes, não necessita nem mesmo de anestesia. Para pessoas mais sensíveis, se desejado, podem ser utilizados anestésicos tópicos.

O preenchimento cutâneo é muito utilizado para atenuar o sulco nasogeniano (aquele que se acentua com o sorriso e vai do canto do nariz ao canto da boca) ou os sulcos ao redor dos lábios. Também é usado para aumento labial, correção de cicatrizes de acne e reposição volumétrica em áreas do corpo onde ocorre perda de gordura com o envelhecimento.

Entre as substâncias mais utilizadas para realizar o preenchimento cutâneo estão o ácido hialurônico e o metacrilato.

O ácido hialurônico (Esthelis, Juvederm, Perfectha, Rennova, Restylane, Surgiderm, Teosyhal…) é considerado um dos produtos mais seguros para a realização do preenchimento cutâneo e, por isso, tem sido o mais utilizado dos preenchedores.

Apesar de ser produzido em laboratório, o ácido hialurônico é um componente natural da derme, segunda camada da pele, não causa alergias e dispensa testes prévios. A duração do preenchimento varia de 6 a 12 meses, sendo necessária nova aplicação após este período.O gel de ácido hialurônico não animal estabilizado injetável, é implante biossintético absorvivel, composto por um polissacarídeo presente em todos os organismos vivos. O ácido hialurônico é molécula que dá volume à pele, ao globo ocular e elasticidade às articulações. A molécula de ácido hialurônico na derme tem a propriedade de reter água sem modificar a estrutura da pele. Diferentemente dos colágenos, as moléculas de ácido hialurônico são idênticas em todas as espécies.

A mudança histórica de preenchedores biológicos para sintéticos, derivados de matriz extracelular, foi de grande impacto na propagação e divulgação dos métodos de preenchimento tornando o procedimento mais seguro.

Já o metacrilato é um preenchedor definitivo. Por não ser reabsorvido pelo organismo, seus resultados são duradouros e é mais utilizado para correção de sulcos profundos e para alteração do contorno corporal. A substância é aplicada mais profundamente e pode ser usada em maior volume.

Uma outra linha de preenchedores busca o estímulo à produção de colágeno pelo organismo, que será o responsável pelo preenchimento das rugas. Entre eles estão o ácido polilático (Sculptra) e a hidroxiapatita de cálcio (Radiesse).

Os dois produtos também têm sido utilizados para o preenchimento das mãos naquelas pessoas que, com o envelhecimento, perdem gordura deixando depressões entre os tendões dos dedos.

Outro ativo que foi utilizado foi o COLÁGENO BOVINO – ZYDERM I E II E ZYPLAST
Como foi um dos primeiros preenchedores utilizados, há 25 anos, é usado como preenchedor padrão (grupo controle) para estudos clínicos que testam e comparam novos preenchedores.

É considerado um preenchedor natural, extraído a partir da derme bovina. Devido a sua origem animal, é passível de deflagrar reações alérgicas em indivíduos susceptíveis.

É de curta duração, seu efeito dura em média três meses.

Atualmente, o colágeno bovino vem sendo substituído por preenchedores mais modernos.

Vantagens. Não é necessário realizar teste pré-preenchimento. Durabilidade maior, técnica de aplicação simples através de agulhas finas (menos doloroso). Desvantagens

Efeitos adversos locais: eritema, endurecimento, prurido, hipocromia, granulomas, necrose cutânea. Foram descritos raros casos de cegueira após injeção em rugas glabelares.

Mais caro que preenchedores de colágeno bovino.


Lipoescultura, uma variação desta técnica é o auto enxerto de gordura, na qual retira-se gordura de uma área do corpo onde esteja em excesso (através de lipoaspiração) e injeta-se sob a ruga elevando-a.

Este procedimento é mais trabalhoso, exige anestesia e outros cuidados para a obtenção do material gorduroso a ser injetado. Ideal para aqueles que desejam livrar-se de gorduras extras em áreas localizadas e vão se submeter a uma lipoaspiração. A gordura retirada será então aproveitada para o preenchimento cutâneo. Uma parte da gordura injetada é reabsorvida, porém boa parte dela permanece definitivamente no local. A técnica tem sido chamada de lipoescultura.

A dermatologista da Escola Paulista de Medicina/Unifesp e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), Solange Pistori Teixeira explica que apesar de proporcionar resultados positivos e bastante naturais, algumas complicações podem ocorrer. "As complicações dos preenchimentos podem ser decorrentes da técnica ou do tipo do preenchedor, excesso de material, diluição incorreta ou por sensibilidade individual", relata a dermatologista


É importante saber que, quando um preenchedor é injetado na pele, sempre ocorre uma reação inflamatória decorrente do trauma da injeção (trauma mecânico) e/ou da resposta do organismo à substância. "Estudos demonstram que a presença de proteínas que não conseguem ser totalmente eliminadas durante o processo de fabricação do produto seriam as causas do processo inflamatório, formação de granulomas, produção de anticorpos e reações de hipersensibilidade", esclarece a médica.

Segundo a Dra. Solange Teixeira, as infecções podem ser decorrentes do uso de material contaminado, procedência ou manipulação duvidosa, armazenamento de maneira inadequada ou por contaminação do diluente, no caso de alguns tipos de produtos.


MONTEIRO, Guilherme Mendes; FONTOURA, Luis Francisco da; BAPTISTA, Daniel Pereira. Correção de flacidez de pele nas regiões glútea e lombar com retalho fasciocutâneo local em cambalhota. Rev. Bras. Cir. Plást,  São Paulo ,  v. 28, n. 2, p. 314-319, June  2013
TEIXEIRA, Solange Pistori, Escola Paulista de Medicina/Unifesp e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD)
CARTOZE, M.ª Goreti, Fundamentos da medicina Estética e Lazer, capitulo 7, Preenchedores cutâneos, http://plastica.fm.usp.br/estetica/capitulo-7.html

Acessado em 20/08/2015