segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Albinismo, Escabiose e Pediculose

Albinismo

O albinismo oculocutâneo (AOC) tipo 1 manifesta-se com ausência completa do pigmento na pele, cabelos e olhos. Todavia, alguns pacientes podem apresentar uma moderada pigmentação nesses tecidos e são denominados de AOC tipo 1b, ou o pigmento está nosfolículos pilosos das áreas frias do corpo, tais como braços e pernas e são denominados albinismo oculocutâneo tipo 1ST, isso é, sensíveis à temperatura. Todas as formas de albinismo cutâneo tipo 1 apresentam fotofobia, moderada ou intensa redução da acuidade visual e nistágmo. As duas últimas disfunções resultam do cruzamento das fibras ópticas da retina para o córtex cerebral.
O albinismo oculocutâneo (AOC) tipo 2 não apresenta ausência completa do pigmento que se manifesta com uma quantidade mínima a moderada de pigmento na pele, cabelos e olhos. Muitos pacientes com tipo 2 podem desenvolver efélides, lentigos e/ou nevos pigmentados com a idade. As alterações oculares são semelhantes aquelas do AOC tipo1.
O albinismo oculocutâneo tipo 3 manifesta-se com uma redução mínima do pigmento da pele, cabelos e olhos. Essa forma de albinismo oculocutâneo é chamada de albinismo marrom. A coloração dos cabelos geralmente é amarelada ou avermelhada. A redução da pigmentação da pele e ocular somente é percebida quando é comparada aos membros da família. As alterações oculares são semelhantes as do albinismo oculocutâneo tipo 1, mas elas não são tão intensas.
O albinismo tipo 4 manifesta-se com um fenótipo semelhante ao do tipo 2.

O albinismo ocorre quando um de vários defeitos genéticos torna o corpo incapaz de produzir ou distribuir melanina, uma substância natural que dá cor ao cabelo, pele e íris do olho.
Os defeitos podem ser passados em família.
Outras doenças complexas podem levar à perda de coloração em apenas uma determinada área (albinismo localizado). Estas condições incluem:
  • Síndrome de ChediakHigashi (falta de coloração por toda pele, mas não total)
  • Esclerose tuberosa (pequenas áreas sem coloração na pele)
  • Síndrome de Waardenburg (falta de coloração em uma mecha de cabelo que cresce na testa ou em uma ou ambas as íris) sintomas
A pessoa com albinismo apresentará um dos seguintes sintomas:
  • Ausência de cor nos cabelos, pele ou íris do olho
  • Pele e cabelos mais claros que o normal
  • Cor da pele irregular, faltante.
Muitas formas de albinismo estão associadas aos seguintes sintomas:
A meta de tratamento é aliviar os sintomas. O tratamento depende da gravidade do distúrbio:
O tratamento envolve proteger a pele e os olhos do sol:
  • Reduzir o risco de queimaduras solares evitando o sol, usando protetor solare cobrindose com roupas quando exposto ao sol.
  • O protetor solar deve ter um fator de proteção solar (FPS) alto.
  • Óculos escuros (com proteção UV) podem aliviar a sensibilidade à luz
Óculos são frequentemente prescritos para corrigir problemas de visão e a posição do olho. Por vezes, recomenda-se cirurgia do músculo do olho para corrigir movimentos anormais dos olhos (nistagmo). convivendo (prognóstico)
  • Visão reduzida, cegueira
  • Câncer de pele
Como o albinismo é herdado, é importante que haja aconselhamento genético. Pessoas com histórico familiar de albinismo ou hipopigmentação devem considerar o aconselhamento genético.

Escabiose (ou Sarna)

O QUE É?

A escabiose (ou sarna) é uma doença altamente infecciosa causada pelo ácaro parasita, Sarcoptes scabie, transmitida de uma pessoa a outra pelo contato direto com a pele do indivíduo. A sarna acomete qualquer pessoa, independentemente de raça, idade ou hábitos de higiene pessoal.
O Sarcoptes scabie alimenta-se da queratina, a proteína que constitui a camada superficial da pele. Após o acasalamento, a fêmea põe ovos, média de seis por fêmea, que eclodem após duas semanas. A doença é caracterizada por uma coceira intensa, principalmente à noite.
A sarna forma pequenas crostas nas áreas mais quentes do corpo: entre os dedos, atrás dos joelhos, atrás dos cotovelos, nádegas, virilhas, umbigo e mamas e axilas. Nas crianças, acomete todo o corpo – inclusive as palmas das mãos, as plantas dos pés e o couro cabeludo.

SINTOMAS

O período de incubação da doença é cerca de três semanas, então começam as erupções que causam coceira nos dedos das mãos, punhos, mamilos, axilas, genitália, umbigo e nádegas. Também podem surgir pápulas, ou bolinhas, e lesões em túnel, ou lineares, de trajeto sinuoso, às vezes, pouco visíveis.
Além disso, podem-se encontrar também escoriações, causadas pelo ato de coçar, infecções secundárias ou nódulos na bolsa escrotal ou no pênis.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é feito baseado do relato do paciente, a coceira noturna. As lesões que podem ser observadas nas áreas sugestivas. Um dermatologista será capaz de fazer o diagnóstico. E este poderá se confirmar através da observação do material coletado da pele do paciente ao microscópio. O diagnóstico é feito por meio do exame clínico das lesões e do relato do paciente, como a coceira noturna e nas áreas típicas,  e pode ser confirmado pelo encontro do parasita na lesão.

TRATAMENTO

Há vários medicamentos de uso tópico que podem ser utilizados no tratamento da escabiose. As soluções escabicidas normalmente devem ser diluídas e aplicadas à noite, no corpo todo do indivíduo, por alguns dias. Outra possibilidade é o tratamento via medicação oral prescrito pelo médico, porém, esses geralmente são usados nos casos graves da doença ou em pacientes imunodeprimidos. Os sabonetes escabicidas não costumam ser eficazes e produzem, em diversos casos, reações alérgicas que pioram o caso.
É importante dizer que todas as pessoas que residem na casa do doente devem ser examinadas e até mesmo tratadas, às vezes com doses menores da medicação e com orientação médica. Não há necessidade de ferver roupas de cama ou pessoais, pois o ácaro não sobrevive por muito tempo fora do hospedeiro.  Porém é importante a troca diária das roupas, com lavagem simples das mesmas.
Gestantes e lactentes não devem utilizar os mesmos medicamentos que as outras pessoas acometidas pela escabiose.

PREVENÇÃO

Se há alguém com escabiose em casa, é importante que as roupas sejam trocadas e lavadas diariamente. Mas o contágio ocorre, na maioria das vezes, através do contato direto com a pessoa infectadas, inclusive em relações sexuais.

 

Pediculose (piolho)

O QUE É?

Quando uma criança (ou adulto) tem prurido (coceira) intenso  na cabeça, é sinal que ela pode estar com piolhos – ou pediculose do couro cabeludo . A pediculose pode ser confirmada pela presença de lêndeas ou piolhos no couro cabeludo. As lêndeas são os ovos dos piolhos – aqueles pontinhos brancos que ficam agarrados aos fios dos cabelos. Já o piolho é o parasita, aqueles bichinhos pretos que ficam caminhando pelo couro cabeludo.
Quando a criança está infestada de piolhos, a coceira é tão intensa que pode provocar pequenosferimentos na cabeça. Por isso, é preciso retirar as lêndeas com pente fino, pois os medicamentos só matam os piolhos. Se as lêndeas continuarem nos cabelos, a criança voltará a ter piolhos.
A transmissão da infecção se dá através de contato direto (inclusive relação sexual) ou indireto (escovas de cabelo, roupas etc). No caso das roupas, estamos nos referindo também à pediculose do corpo e na relação sexual, à pediculose pubiana.

SINTOMAS

Na pediculose da cabeça, além do prurido intenso, podemos visualizar o parasita e seus ovos (lêndeas) no couro cabeludo do indivíduo acometido. Na pediculose do corpo encontramos escoriações, pápulas (“bolinhas”), pequenas manchas hemorrágicas e pigmentação, principalmente no tronco e na região glútea e abdome. Na pediculose pubiana (“chato” pois o parasita responsável tem forma achatada) são encontradas manchas violáceas, escoriações e crostas hemorrágicas, além do prurido intenso. Pode ocorrer também infecção secundária nesta região. Pode ocorrer infecção secundária, em qualquer região.  Na pediculose do couro cabeludo, é comum o aparecimento de linfonodomegalia (ínguas) atrás das orelhas e nuca.

TRATAMENTO

No tratamento da pediculose são utilizados, em geral, os mesmos medicamentos tópicos usados na escabiose (“sarna”). É fundamental o tratamento dos familiares ou comunicantes do doente. Raramente é necessário o corte de cabelos de crianças acometidas.

PREVENÇÃO

Para prevenir a pediculose, o ideal é evitar o compartilhamento de roupas, toalhas, acessórios de cabelo e outros objetos de uso pessoal, bem como evitar o contato direto com pacientes infectados.

Referencias

MINGARRO CASTILLO, Mª Mercedes; EJARQUE DOMENECH, Ismael; SORLI GUEROLA, José Vicente. Albinismo. Rev Clin Med Fam,  Albacete,  v. 6,  n. 2, jun.  2013 
KOVACS Fabiana, BRITO  Maria de Fatima de Medeiros, Percepção da doença e automedicação em pacientes com escabiose. Investigação Clínica, Epidemiologica, Laboratorial e Terapeutica. NA. Bras Dermatol. 2006
Sociedade Brasileira de Dermatologia
SILVA, Domingos; Rebello, Paulo B; Moraes, Fabiano; Brito, Arival. Escabiose: relato de uma epidemia. Na Bras dermatol. 1985.
Sociedade Brasileira de Dermatologia
LINARDI, Pedro Marcos, BOTELHO José Ramiro Maria, Mario de Cunha. Crendices e falsos conceitos que dificultam ações profiláticas contra o piolho e a pediculose. Na 

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