segunda-feira, 6 de outubro de 2014

FISIOLOGIA DA PELE

FISIOLOGIA DA PELE

De todos os órgãos do corpo, nenhum é mais facilmente inspecionado ou mais exposto à infecção, doenças e ferimentos do que a pele (Tortora etal, 2008). Dessa forma, a pele pode ser encarada como uma fronteira mediadora entre o organismo e o ambiente (Harris, 2009).

As principais funções da pele, Manutenção da sua própria integridade e da integridade do organismo; Proteção contra agressão e agentes externos; absorção e secreção de líquidos; Barreira à prova d’água; absorção de luz ultravioleta, protegendo o organismo de seus efeitos nocivos; metabolismo de vitamina D; funções estéticas sensoriais (Harris, 2009).

A pele é o maior órgão do corpo em área superficial e peso. Em um adulto a pele cobre uma, área de cerca de 2 metros quadrados e pesa de 4,5 a 5,0 kg, cerca de 16% do peso total do corpo (Tortora etal, 2008).

No organismo basicamente existem dois tipos de pele; glabra, lisa, sem pelos e com espessa camada queratiníca (palmas das mãos ou solas dos pés) (Harris, 2009); pele pilificada mais fina, apresentando sulcos e pregas característiconu (restos do organismo) (Harris, 2009).

Estruturalmente a pele consiste em duas partes principais. A parte mais fina superficial, que é composta por tecido epitelial, é a epiderme. A camada mais grossa e profunda, composta por tecido conjuntivo, é a epiderme (Tortora etal, 2008).

Abaixo da derme, porem não faz parte da pele, está a tela subcutânea. Também chamada hipoderme, essa tela é constituída dos tecidos conjuntivos areolar e adiposo. As fibras que se estendem da derme fixam a pele à tele subcutânea, a qual por sua vez, se conecta aos tecidos e órgão subjacentes. (Tortora etal, 2008).

A epiderme tem espessura média de 1,3 mm até 0,06 mm, esse numero varia conforme a região, essa região é avascular (não possui sistema de irrigação sanguínea). Os nutrientes chegam a ela pela camada basal, através dos capilares (Harris, 2009).

Sua principal função é proteção, como uma barreira contra o meio externo, e evitando a entrada de substâncias estranhas ao organismo e retendo o conteúdo interno, principalmente água, eletrólitos e nutrientes. Ela é composta de epitélio estratificado escamoso queratinizado (Harris, 2009).

Na epiderme podemos encontrar algumas células especificas: queratinócitos que são 90% da epiderme, eles produzem proteínas, queratina e também os grânulos lamelares, a queratina é uma proteína fibrosa que ajuda a proteger a pele do calor, micróbios e substâncias químicas, grânulos lamelares liberam uma substância seladora hidrorrepelente (Tortora etal, 2008).

Melanócitos 8% da epiderme é formada pelos melanócitos, que produzem o pigmento melanina, os melanócitos se estendem entre os queratinócitos, e assim transferem os grânulos de melanina. A melanina é um pigmento marrom escuro que contribui para a cor da pele e absorve a luz ultravioleta prejudicial, os melanóciotos são suscetíveis aos danos causados pela luz UV (Azulay e Azulay, 2008).

Células de langerbans (participam das respostas imunes preparadas contra os micróbios que invadem a pele. Essas células são facilmente danificadas pela luz UV) (Tortora etal, 2008)

Células de merkel (estão em contato com o prolongamento de um nervo sensitivo (célula nervosa) uma estrutura denominada disco tátil (de markel). Essas células e o disco tátil detectam diferentes aspectos das sensações do tato). (Tortora etal, 2008).

A epiderme encontra-se varias camadas, na maioria das regiões do corpo a epiderme tem quatro camadas, apenas nas áreas de maior atrito como planta dos pés e palma das mãos a epiderme tem uma camada a extra (Harris, 2009).

Aqui serão descritas as camadas da epiderme de dentro para fora.

Estrato germinativo ou basal, a camada mais profunda da epiderme, composto de uma única camada de queranócitos, algumas células nessa camada são células tronco, que sofrem divisão celular para continuar produzindo queratinócito (Tortora etal, 2008).

Estrato espinhoso ou malpigh, logo acima do estrato basal, esse estrato contem de oito a dez camadas de queratinóciotos que se encaicham uns aos outros. As células mais superficiais de estrato tornan-se um pouco achatadas. (Azulay e Azulay,2008).

Estrato granuloso,Caracteriza-se pela rica presença de grânulos de queratina nas células.Após a maturação das células espinhosas, a perda do núcleo e achatamento dos queratinócitos, com a formação de placas de queratina.a células adjacentes são unidas pelas mesmas fibras (desmossomos) que as células espinhosas, porem de forma mais compacta (Harris, 2009).

Estrato lúcido Está presente apenas na pele grossa de áreas como as pontas dos dedos, as palmas das mãos e as plantas dos pés. É formado por 3 a 5 estratos de queratinócitos achatados, translúcidos e mortos que contem grandes quantidades de queratina (Tortora etal, 2008)

Estrato córneo, contem de 20 a 30 camadas de queratinócitos achatados mortos, basicamente e constituída por queratina, essa camada descama constantemente sendo substituída pelas células dos estratos mais profundos. Essa camada de células mortas ajuda a proteger as camadas mais profundas contra invasão microbiana (Azulay e 
Azulay,2008).
(As células recém-formadas no estrato basal lentamente são empurradas para a superfície, à medida que as células são empurradas de uma camada epidérmica para outra seguinte, acumulam cada vez mais queratina, em um processo denominado queratinização) (Tortora etal, 2008).

A Derme é uma camada constituída por tecido conjuntivo elástico e fibroso que sustenta a epiderme e com espessura variável de 05, mm a 3,0 mm, sendo mais espessa no dorso que na parte anterior e mais grossa em homens que em mulheres (Azulay e Azulay,2008).

Dentro da derme além dos apêndices da epiderme (pelos, glândulas sudoríparas e sebáceas, há também vasos sanguíneos, nervos e componentes celulares, contendo células matrizes, fibroblastos, miofibroblastos e macrófagos) (Harris, 2009).

A derme é responsável pela termorregulação e pelo transporte vascular e pela imunologia, em associação com as células de langerhans da epiderme. (Tortora etal, 2008).
Derme papilar é a camada da pele mais próxima à epiderme. A derme papilar possui uma rede fina de fibras elásticas perpendiculares à superfície: (são fibras de oxitalana, classificadas como desmoplaquinas, isto é, fibras composta de elastina e duas glicoproteínas (fibrilina e glicoproteina associada a microfibrila). Sua função é fixar a menbrana basal à rede de fibras eláticas da derme) (Harris, 2009).

Derme reticular, mais espessa, constituída pó tecido conjuntivo denso. A derme aloja as estruturas anexiais da pele, glândulas sudoríparas, folículo pilossebáceo e o músculo eretor do pelo. Encontram-se ainda suas células próprias: fibroblastos, histiócitos, mastócitos, células mesenquimais indiferenciadas e as células de origem sanguínea, leucócitos e plasmócitos. Em quantidades variáveis também se encontram vasos sanguíneos, linfáticos e estruturas nervosas (Azulay e Azulay,2008).

Fibras de colágeno é uma proteína complexa sintetizado por diversas células, fibroblastos e os miofibroblastos e células da musculatura lisa e varias células epitélias (Harris, 2009).
Fibras elásticas são responsáveis pelas propriedades retráteis e estão associadas ao colágeno, em peles normais é minoria na derme (2% a 4%)(Harris, 2009). (proteínas fibrosas + elastina): são fibras com boa elasticidade que têm a capacidade de voltar ao normal depois de serem expostas à pressão devido a presença da elastina (MAIA, etal 2005).

.A predominância de um desses tipos de fibra no tecido é o que determina as suas propriedades específicas. Também são muito importantes para a realização de suas atividades as conhecidas Células dos Tecidos Conjuntivos Propriamente Ditos (MAIA, etal 2005).
Suprimento sanguíneo a pele recebe muitos nutrientes sanguíneo de uma rede de vasos proveniente dos músculos e tecidos adiposo, a maior parte deste sangue é direcionada a células com maior atividade, ou seja, a epiderme, papilas capilares e estruturas anexas. Como a epiderme é avascular o sangue é nele distribuído por difusão por capilaridade (Harris, 2009).

Músculos ele está na derme reticular inserido no tecido perifolicular, encontram-se músculos eretores do pelo, que estimulados através das terminações nervosa dos pelos, se concentram provocando sua ereção. (Harris, 2009).

Três estruturas da pele, derivadas da epiderme, são extremamente importante na adaptação dos mamíferos ao meio terrestre: pelos, que auxiliam no isolamento térmico; glândulas sudoríparas, que desempenham o papel importante na regulação da temperatura corpórea ; e glândulas sebáceas, que lubrificam a pele e estruturas anexas (MAIA, etal 2005).

Unhas como os anexos ela também é uma invaginarão da epiderme na derme, constituída basicamente de queratina (Azulay e Azulay,2008).
Melanócitos e pigmentação cutânea são células dendríticas que se originam a partir da crista neural, estão presentes na epiderme e na derme representam de 5% a 10% das células da epiderme (Azulay e Azulay,2008). Os melanócitos são mais abundantes na epiderme do pênis, nos mamilos mamários e nas aréolas, na face e nos membros. Estão presente presentes também nas membranas mucosas. Como o numero de melanócitos é quase o mesmo em todas pessoas, as diferenças na cor da pele se deve a quantidade de pigmento que os melanócitos produzem (Tortora etal, 2008).

Glândulas, células epiteliais individuais ou em grupo.
(Glândulas sebáceas estão conectadas ao folículo piloso. As porções secretoras das glândulas ficam na derme e se abrem nos folículos pilosos ou diretamente na superfície da pele. Não existem glândulas sebáceas nas palmas das mãos ou plantas dos pés. As glândulas secretam uma substancia oleosa denominada sebo. O sebo impede o ressecamento dos pelos, previne à evaporação excessiva da água na pele, mantém a pele macia e inibi o crescimento de certas bactérias) (Tortora etal, 2008).

Glândulas sudoríparas (écrino e apócrino)

Glândulas sudoríparas écrinas são mais comuns do que as apócrinas. Estão por toda pele exceto nas margens dos lábios, leitos ungueais dos dedos das mãos e dos pés, glandes do pênis e do clitóris, lábios menores do pudendo e membranas timpânicas. Elas são mais numerosas na pele da fronte, das palmas das mãos e das plantas dos pés, sua densidade pode chegar a 450 por centímetro quadrado. A função principal das glândulas sudoríparas écrinas é auxiliar a regulação da temperatura corporal por meio da evaporação (Azulay e Azulay,2008).

Glândulas Sudoríparos são as glândulas que produzem o suor, função importante para regular a temperatura do corpo e eliminar substância tóxicas. São glândulas tubulares enrolados derivadas das camadas exteriores da pele mas se estendendo até a camada interna. Elas estão distribuídas por quase toda superfície do corpo (Teixeira, 2007)

O suor humano é composto primariamente de água, com diversos sais e compostos orgânicos em solução. Eles contem quantidades mínimas de materiais gordurosos, ureias e outras excreções. Em algumas áreas do corpo, as glândulas sudoríparas são modificadas para produzir secreção, incluindo a cera de ouvido, outras são bastante alargadas, e modificadas para produzir leite (Teixeira, 2007)

Glândulas ceruminosas, estão presentes no meato acústico externo, o canal da orelha externa. A secreção combinada com a glândula ceraminosa e sebáceas é denominada cerume. O cerume e os pelos no meato acústico externo fornece uma barreira viscosa contra os corpos estranhos (Azulay e Azulay,2008).

Tecido subcutâneo ou hipoderme, Tecnicamente, já não faz parte da pele. É constituído por tecido adiposo que protege contra o frio. É um tecido conjuntivo frouxo ou adiposo que faz conexão entre a derme e a fascia muscular e a camada de tecido adiposo é variável à pessoa e localização (Tortora etal, 2008).

A função da camada subcutânea é reservatório energético, modela a superfície, absorve choque, isolante térmico, fixação dos órgãos e auxilia no sistema endócrino (Azulay e Azulay,2008)

Bibliografia
AZULAY Rubem David, Azulay David Rubem, Azulay Abulafia Luna. Dermatologia. 5º edição, Rio de Janeiro. ed Guanabara Koogan, 2008.
HARRIS, Maria Inês Nogueira de Camargo. Pele estrutura, propriedade e envelhecimento. 3º edição, São Paulo. ed Senac São Paulo, 2012.
MAIA, Marcus et al . Estrias de distensão na gravidez: fatores de risco em primíparas. An. Bras. Dermatol.,  Rio de Janeiro ,  v. 84, n. 6, Dec.  2009 .
TEIXEIRA, Márcia Almeida Galvão; FRANCA, Emmanuel Rodrigues de. Mulheres adultas com acne: aspectos comportamentais, perfis hormonal e ultra-sonográfico ovariano. Rev. Bras. Saude Mater. Infant.,  Recife ,  v. 7, n. 1, mar.  2007
TORTORA, J Gerard; Grabowski, Reynolds Sandra. Fisiologia, 6º edição, Porto Alegre. ed Artmed, 2006.



A importância da DLM nos Tratamentos Estética


Drenagem Linfática manual é um procedimento que se faz drenar excesso de líquidos que se encontra nos interstícios. O procedimento é usado com grande resultado em gestantes, pessoas com a circulação de retorno comprometida, tecido edemaciado, varizes, varicoses, cicatrização, menopausa, cansaço nas pernas, sistema nervoso abalado, celulite, pré e pós-cirurgia plástica, cansaço nas pernas, dores musculares, relaxamento, pós-mesoterapia, hematomas, olheiras, rejuvenescimento e acne entre outros, melhorando a circulação de retorno, nos linfedemas, diminuindo os inchaços no pós-cirúrgico melhorando edemas. (MASINA, 2010. ALVES 2012).


Quando Dr Emil Vodder tocou os gânglios pela primeira vez em 1932 não imaginou que a descoberta seria alvo de tantos estudos e muita polêmica até os dias de hoje, a partir de então Dr Vodder e sua esposa dedicou quarenta anos a técnica (ALVES, 2012).

Entretanto cresceu o numero de profissionais que aplicam “drenagens” sem conhecimento do sistema linfático, o que pode causar danos ao corpo humano, quem conhece o sistema linfático não faz esta massagem vigorosamente, alguns “profissionais” deixam até algumas equimoses em pacientes.

Afinal sabe se que o sistema linfático é composto por finos e delicados capilares que formam uma rede, localizada na parte mais superficial do corpo humano na pele. Estes capilares absorvem os líquidos por pressão hidrostática intersticial, que tendem a movimentar o fluído de volta para os capilares, sendo assim levando em conta que os capilares linfáticos são finos, muito sensíveis e também responsáveis pela reabsorção dos líquidos intersticiais, estes não devem e não podem ser manipulados com força e pressão 
(LACRIMANTI 2009, SANCHES, 2010).

Portanto, as populares ¨Drenagens Linfáticas Turbinadas¨ não existem.

O sistema linfático é constituído pela linfa, órgão linfático que se distribui por todo corpo recolhe liquido tissular que não retornou aos capilares sanguíneos, filtrando e reconduzindo á circulação sanguínea. Os capilares linfáticos estão presentes em quase todos os tecidos do corpo, os capilares mais finos vão se unindo em vasos maiores, que terminam em dois grandes dutos principais o duto torácico (recebe a linfa procedente do lado direito da cabeça, do braço direito e da outra parte do tórax) e o duto direito ambos desembocam em veias próximas ao coração (SANCHES, 2010)

A linfa é o líquido que circula pelos vasos linfáticos. Sua composição é semelhante à do sangue, mas ela não possui hemácias. No sangue os linfócitos representam cerca de 50% do total de glóbulos brancos (SANCHES, 2010)


Os efeitos da drenagem linfática no organismo, aumento da capacidade de admissão dos capilares linfáticos; aumento da velocidade da linfa transportada; aumento da quantidade de linfa filtrada processada pelos gânglios linfáticos; aumento da oxigenação e desintoxicação da musculatura esquelética; aumento do peristaltismo intestinal; aumento da diurese; otimização das imunoreações celulares; diminuição das aderências e retrações cicatriciais; maior eficiência celular; maior eficiência da nutrição dos tecidos (ALVES 2012, LACRIMANTI 2009, MASINA, 2010)          


Contra indicações, Câncer; Insuficiência renal crônica; Hipertensão, Reação inflamatória crônica; Tromboflebite; Trombose; Septicemia; Hipertiroidismo; Reação inflamatória aguda; Insuficiência cardíaca não controlada; Processos viróticos; Febre; Gestação de alto risco mesmo em gestações que não são de alto risco tem que ter indicação médica; Hipertensão não controlada (ALVES 2012, LACRIMANTI 2009, MASINA, 2010)          

Por todos esses motivos a DLM é um dos procedimentos mais importantes na estética tendo em vista todos os seus benefícios e sabendo se que a DLM pode ser associado a vários outros procedimentos estéticos, a fim de potencializar os tratamentos e estudos mostram que a DLM é incomparavelmente mais eficiente que a feita por aparelhos mecânicos.

Lembrando que só a massagem por si já é relaxante e assim causa bem estar.

Referencias
ALVES, Rosimeri Carneiro, DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL, (CBEC) Colégio Brasileiro de Estética e Cosmetologia, Rio de Janeiro, 21 de Agosto de 2012.
LACRIMANTI, Ligia Marini. Curso didático de Estética. Vol.2 – Ed Yendis -São Paulo – 2009.
MASINA, Roberta Merino, Drenagem Linfática Manual, (SOGAB) Sociedade Gaucha de aperfeiçoamento Biomédico e Ciência da Saúde, Rio Grande do sul 2010.

SANCHES, Ary Elwing Orlando, Drenagem Linfática Manual Teoria e Prática Editora SENAC São Paulo 2010.        

Albinismo, Escabiose e Pediculose

Albinismo

O albinismo oculocutâneo (AOC) tipo 1 manifesta-se com ausência completa do pigmento na pele, cabelos e olhos. Todavia, alguns pacientes podem apresentar uma moderada pigmentação nesses tecidos e são denominados de AOC tipo 1b, ou o pigmento está nosfolículos pilosos das áreas frias do corpo, tais como braços e pernas e são denominados albinismo oculocutâneo tipo 1ST, isso é, sensíveis à temperatura. Todas as formas de albinismo cutâneo tipo 1 apresentam fotofobia, moderada ou intensa redução da acuidade visual e nistágmo. As duas últimas disfunções resultam do cruzamento das fibras ópticas da retina para o córtex cerebral.
O albinismo oculocutâneo (AOC) tipo 2 não apresenta ausência completa do pigmento que se manifesta com uma quantidade mínima a moderada de pigmento na pele, cabelos e olhos. Muitos pacientes com tipo 2 podem desenvolver efélides, lentigos e/ou nevos pigmentados com a idade. As alterações oculares são semelhantes aquelas do AOC tipo1.
O albinismo oculocutâneo tipo 3 manifesta-se com uma redução mínima do pigmento da pele, cabelos e olhos. Essa forma de albinismo oculocutâneo é chamada de albinismo marrom. A coloração dos cabelos geralmente é amarelada ou avermelhada. A redução da pigmentação da pele e ocular somente é percebida quando é comparada aos membros da família. As alterações oculares são semelhantes as do albinismo oculocutâneo tipo 1, mas elas não são tão intensas.
O albinismo tipo 4 manifesta-se com um fenótipo semelhante ao do tipo 2.

O albinismo ocorre quando um de vários defeitos genéticos torna o corpo incapaz de produzir ou distribuir melanina, uma substância natural que dá cor ao cabelo, pele e íris do olho.
Os defeitos podem ser passados em família.
Outras doenças complexas podem levar à perda de coloração em apenas uma determinada área (albinismo localizado). Estas condições incluem:
  • Síndrome de ChediakHigashi (falta de coloração por toda pele, mas não total)
  • Esclerose tuberosa (pequenas áreas sem coloração na pele)
  • Síndrome de Waardenburg (falta de coloração em uma mecha de cabelo que cresce na testa ou em uma ou ambas as íris) sintomas
A pessoa com albinismo apresentará um dos seguintes sintomas:
  • Ausência de cor nos cabelos, pele ou íris do olho
  • Pele e cabelos mais claros que o normal
  • Cor da pele irregular, faltante.
Muitas formas de albinismo estão associadas aos seguintes sintomas:
A meta de tratamento é aliviar os sintomas. O tratamento depende da gravidade do distúrbio:
O tratamento envolve proteger a pele e os olhos do sol:
  • Reduzir o risco de queimaduras solares evitando o sol, usando protetor solare cobrindose com roupas quando exposto ao sol.
  • O protetor solar deve ter um fator de proteção solar (FPS) alto.
  • Óculos escuros (com proteção UV) podem aliviar a sensibilidade à luz
Óculos são frequentemente prescritos para corrigir problemas de visão e a posição do olho. Por vezes, recomenda-se cirurgia do músculo do olho para corrigir movimentos anormais dos olhos (nistagmo). convivendo (prognóstico)
  • Visão reduzida, cegueira
  • Câncer de pele
Como o albinismo é herdado, é importante que haja aconselhamento genético. Pessoas com histórico familiar de albinismo ou hipopigmentação devem considerar o aconselhamento genético.

Escabiose (ou Sarna)

O QUE É?

A escabiose (ou sarna) é uma doença altamente infecciosa causada pelo ácaro parasita, Sarcoptes scabie, transmitida de uma pessoa a outra pelo contato direto com a pele do indivíduo. A sarna acomete qualquer pessoa, independentemente de raça, idade ou hábitos de higiene pessoal.
O Sarcoptes scabie alimenta-se da queratina, a proteína que constitui a camada superficial da pele. Após o acasalamento, a fêmea põe ovos, média de seis por fêmea, que eclodem após duas semanas. A doença é caracterizada por uma coceira intensa, principalmente à noite.
A sarna forma pequenas crostas nas áreas mais quentes do corpo: entre os dedos, atrás dos joelhos, atrás dos cotovelos, nádegas, virilhas, umbigo e mamas e axilas. Nas crianças, acomete todo o corpo – inclusive as palmas das mãos, as plantas dos pés e o couro cabeludo.

SINTOMAS

O período de incubação da doença é cerca de três semanas, então começam as erupções que causam coceira nos dedos das mãos, punhos, mamilos, axilas, genitália, umbigo e nádegas. Também podem surgir pápulas, ou bolinhas, e lesões em túnel, ou lineares, de trajeto sinuoso, às vezes, pouco visíveis.
Além disso, podem-se encontrar também escoriações, causadas pelo ato de coçar, infecções secundárias ou nódulos na bolsa escrotal ou no pênis.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é feito baseado do relato do paciente, a coceira noturna. As lesões que podem ser observadas nas áreas sugestivas. Um dermatologista será capaz de fazer o diagnóstico. E este poderá se confirmar através da observação do material coletado da pele do paciente ao microscópio. O diagnóstico é feito por meio do exame clínico das lesões e do relato do paciente, como a coceira noturna e nas áreas típicas,  e pode ser confirmado pelo encontro do parasita na lesão.

TRATAMENTO

Há vários medicamentos de uso tópico que podem ser utilizados no tratamento da escabiose. As soluções escabicidas normalmente devem ser diluídas e aplicadas à noite, no corpo todo do indivíduo, por alguns dias. Outra possibilidade é o tratamento via medicação oral prescrito pelo médico, porém, esses geralmente são usados nos casos graves da doença ou em pacientes imunodeprimidos. Os sabonetes escabicidas não costumam ser eficazes e produzem, em diversos casos, reações alérgicas que pioram o caso.
É importante dizer que todas as pessoas que residem na casa do doente devem ser examinadas e até mesmo tratadas, às vezes com doses menores da medicação e com orientação médica. Não há necessidade de ferver roupas de cama ou pessoais, pois o ácaro não sobrevive por muito tempo fora do hospedeiro.  Porém é importante a troca diária das roupas, com lavagem simples das mesmas.
Gestantes e lactentes não devem utilizar os mesmos medicamentos que as outras pessoas acometidas pela escabiose.

PREVENÇÃO

Se há alguém com escabiose em casa, é importante que as roupas sejam trocadas e lavadas diariamente. Mas o contágio ocorre, na maioria das vezes, através do contato direto com a pessoa infectadas, inclusive em relações sexuais.

 

Pediculose (piolho)

O QUE É?

Quando uma criança (ou adulto) tem prurido (coceira) intenso  na cabeça, é sinal que ela pode estar com piolhos – ou pediculose do couro cabeludo . A pediculose pode ser confirmada pela presença de lêndeas ou piolhos no couro cabeludo. As lêndeas são os ovos dos piolhos – aqueles pontinhos brancos que ficam agarrados aos fios dos cabelos. Já o piolho é o parasita, aqueles bichinhos pretos que ficam caminhando pelo couro cabeludo.
Quando a criança está infestada de piolhos, a coceira é tão intensa que pode provocar pequenosferimentos na cabeça. Por isso, é preciso retirar as lêndeas com pente fino, pois os medicamentos só matam os piolhos. Se as lêndeas continuarem nos cabelos, a criança voltará a ter piolhos.
A transmissão da infecção se dá através de contato direto (inclusive relação sexual) ou indireto (escovas de cabelo, roupas etc). No caso das roupas, estamos nos referindo também à pediculose do corpo e na relação sexual, à pediculose pubiana.

SINTOMAS

Na pediculose da cabeça, além do prurido intenso, podemos visualizar o parasita e seus ovos (lêndeas) no couro cabeludo do indivíduo acometido. Na pediculose do corpo encontramos escoriações, pápulas (“bolinhas”), pequenas manchas hemorrágicas e pigmentação, principalmente no tronco e na região glútea e abdome. Na pediculose pubiana (“chato” pois o parasita responsável tem forma achatada) são encontradas manchas violáceas, escoriações e crostas hemorrágicas, além do prurido intenso. Pode ocorrer também infecção secundária nesta região. Pode ocorrer infecção secundária, em qualquer região.  Na pediculose do couro cabeludo, é comum o aparecimento de linfonodomegalia (ínguas) atrás das orelhas e nuca.

TRATAMENTO

No tratamento da pediculose são utilizados, em geral, os mesmos medicamentos tópicos usados na escabiose (“sarna”). É fundamental o tratamento dos familiares ou comunicantes do doente. Raramente é necessário o corte de cabelos de crianças acometidas.

PREVENÇÃO

Para prevenir a pediculose, o ideal é evitar o compartilhamento de roupas, toalhas, acessórios de cabelo e outros objetos de uso pessoal, bem como evitar o contato direto com pacientes infectados.

Referencias

MINGARRO CASTILLO, Mª Mercedes; EJARQUE DOMENECH, Ismael; SORLI GUEROLA, José Vicente. Albinismo. Rev Clin Med Fam,  Albacete,  v. 6,  n. 2, jun.  2013 
KOVACS Fabiana, BRITO  Maria de Fatima de Medeiros, Percepção da doença e automedicação em pacientes com escabiose. Investigação Clínica, Epidemiologica, Laboratorial e Terapeutica. NA. Bras Dermatol. 2006
Sociedade Brasileira de Dermatologia
SILVA, Domingos; Rebello, Paulo B; Moraes, Fabiano; Brito, Arival. Escabiose: relato de uma epidemia. Na Bras dermatol. 1985.
Sociedade Brasileira de Dermatologia
LINARDI, Pedro Marcos, BOTELHO José Ramiro Maria, Mario de Cunha. Crendices e falsos conceitos que dificultam ações profiláticas contra o piolho e a pediculose. Na 

Radicais Livres causas e danos na pele

Radicais Livres causas e danos na pele

RADICAIS LIVRES

Os Radicais Livres são moléculas orgânicas e inorgânicas e os átomos que contêm um ou mais elétrons não pareados, com existência independente. Essa configuração faz dos radicais livres moléculas altamente instáveis, com meia-vida curtíssima e quimicamente muito reativas. A presença dos radicais é importantíssima para a manutenção de muitas funções fisiológicas normais. Normalmente em torno de 97% dos RL são neutralizados pelo organismo, porém os 3% que restam agridem o organismo.

Os radicais livres são formados quando um átomo de oxigênio perde um elétron. Para reconstituir sua neutralização os radicais livres tendem a capturar elétrons de outros átomos. O que pode ocasionar em duas situações distintas. A primeira é quando a neutralização de um RL pode gerar a sua multiplicação. Na segunda situação o RL se liga a membrana celular, favorecendo a sua reestabilização, porém esse processo acaba gerando uma oxidação danificando a membrana, o DNA, diversos tecidos, e os meios de restauração da célula. Por esse motivo é indispensável que a pele tenha um depósito de antioxidantes. A instabilidade e a alta reatividade do RL são reparadas quando o mesmo doa ou recebe um elétron de outra molécula.

O oxigênio, no processo de respiração celular, é utilizado no interior das mitocôndrias ou na membrana e o seu alvo celular (proteínas, lipídeos, carboidratos e DNA) está relacionado com o seu sítio de formação. Entre as principais formas reativas de oxigênio o O2- apresenta uma baixa capacidade de oxidação, o OH. mostra uma pequena capacidade de difusão e é o mais reativo na indução de lesões nas moléculas celulares. O H2O2 não é considerado um radical livre verdadeiro, mas é capaz de atravessar a membrana nuclear e induzir danos na molécula de DNA por meio de reações enzimáticas.

Algumas espécies de radicais livres:
1O2 oxigênio singlete 
O2- radical superóxido 
OH· radical hidroxila 
NO· óxido nítrico 
ONOO- peroxinitrito 
Q· radical semiquinona

Estresse oxidativo
A formação de radicais livres in vivo ocorre via ação catalítica de enzimas, durante os processos de transferência de elétrons que ocorrem no metabolismo celular e pela exposição à fatores exógenos. Contudo, na condição de pró-oxidante a concentração desses radicais pode aumentar devido à maior geração intracelular ou pela deficiência dos mecanismos antioxidantes. O desequilíbrio entre moléculas oxidantes e antioxidantes que resulta na indução de danos celulares pelos radicais livres tem sido chamado de estresse oxidativo.

O corpo possui um sistema de defesa, contra os malefícios decorrentes dos radicais livres que através de substâncias produzidas no organismo, vitaminas e minerais agem como varredores, conduzindo o excesso de RL para meios de eliminação de toxinas tais como: Pele, intestino grosso, sistema linfático, aparelho urinário e respiratório. Porém com a idade e com a exposição do corpo a situações em que a capacidade do organismo em neutralizar elétrons seja menor do que a demanda, essa defesa acaba sendo prejudicada. (Acarretando em doenças como: câncer, doenças cardíacas, artrite, doença de Lou Gehrig, e doença de Alziheimer. Além de serem nocivas ás células de langerhans, diminuindo a eficácia do sistema imunológico da pele, geram acumulo de substâncias químicas, que por sua vez causam malefícios ás células e acentuam o envelhecimento cutâneo.

O sistema de defesa que o corpo possui são os antioxidantes que trabalham para inibir e/ou reduzir os danos causados pela ação deletéria dos radicais livres ou das espécies reativas não-radicais. Esses agentes que protegem as células contra os efeitos dos radicais livres podem ser classificados em antioxidantes enzimáticos ou não-enzimáticos. Uma alimentação balanceada deve ser o meio de escolha preferencial para combater esses agentes, cores vibrantes de frutas, legumes e verduras são alimentos ricos de antioxidantes.

Os estudos sobre ação dos radicais livres foram motivados e impulsionados pela descoberta da sua ação sobre o envelhecimento celular. Os radicais livres agem sobre as células, alterando suas membranas e dando-lhes um aspecto de células velhas que, normalmente, seriam eliminadas pelo sistema imunológico do organismo. No entanto, quando a quantidade de células alteradas é aumentada pelo excesso de radicais livres e quando, devido ao envelhecimento cronológico do organismo, há diminuição do sistema imunológico, o organismo não consegue eliminar as células alteradas. Assim, algumas dessas células sobrevivem e começam a funcionar de maneira inadequada, alterando a fisiologia do tecido, do órgão e de todo o organismo. Como essas células podem ter seu código genético alterado, multiplicam-se desordenadamente, propiciando o aparecimento de tumores, doenças pulmonares, cataratas entre outras. 

Entretanto, os radicais livres são muito úteis. O organismo humano não vive sem eles, pois são indispensáveis na defesa contra infecções. Quando algo estranho consegue entrar no organismo, como um vírus, uma bactéria ou uma partícula de pó, logo soa um alarme químico pra as células do sistema imunológico. Os primeiros a chegar ao local são os neutrófilos que agirão contra o invasor, em seguida vem os macrófagos que engolem e trituram o agente estranho. Essa estratégia de defesa só é possível porque o organismo utiliza o potencial destruidor dos radicais livres. O macrófago, por exemplo, envolve uma bactéria para bombardeá-la com superóxidos.

Antioxidante

Os antioxidantes são substâncias que ajudam a reduzir os efeitos do estresse e da falta de oxigênio, formando complexos que atenuam as reações produtoras de radicais livres. A capacidade de defesa do sistema antioxidante depende de uma dieta adequada em micronutrientes (vitaminas, minerais, aminoácidos) e a produção endógena de antioxidantes como o glutation.
Recentemente foi descrito na literatura que as vitaminas A (beta-caroteno), E (tocoferol) e C (ácido ascórbico), junto com minerais como o zinco (Zn), atuam como agentes protetores antioxidantes. O ácido ascórbico pode reduzir o radical livre do tocoferol e regenerá-lo. O radical de ascorbato, que é estável ou ao menos não reativo, pode ser reduzido enzimaticamente a ácido ascórbico por uma reação sistêmica de nicotinamida dinucleotídeo.

Os tocoferóis e os beta-carotenos estão incluídos dentro dos antioxidantes que protegem a membrana celular diante dos radicais que atacam as lipoproteínas de baixa densidade da mesma. 

O período precedente à oxidação, no qual é consumido primeiro o tocoferol e depois o beta-caroteno, é denominado fase de intervalo. Esta fase parece servir como medida da proteção das lipoproteínas pelos antioxidantes e a sua duração está determinada pelo conteúdo de antioxidantes.

Os tocoferóis atuam como primeira barreira defensiva contra os radicais lipofílicos, enquanto que o ácido ascórbico intervém como primeira barreira diante dos radicais hidrofílicos.

Além da forma química desses compostos do sistema defensor diante dos oxidantes, existem outras enzimas endógenas antioxidantes que possuem grande importância na proteção celular, como a superóxido-dismutase, a catalase e a glutation-peroxidase. A superóxido-dismutase catalisa a redução de superóxido a oxigênio e peróxido de hidrogênio, enquanto que a catalase converte o hidrogênio peróxido em água e oxigênio.

A importância concernente ao desempenho dos antioxidantes in vivo depende dos fatores: tipos de radicais livres formados; onde e como são gerados esses radicais; análise e métodos para a identificação dos danos, e doses ideais para obter proteção.

Assim, é perfeitamente possível que um antioxidante atue como protetor em determinado sistema, mas que falhe na proteção, ou mesmo que aumente as lesões induzidas em outros sistemas, ou tecidos.

A vitamina C, por exemplo, atua na fase aquosa como um excelente antioxidante sobre os radicais livres, mas não é capaz de agir nos compartimentos lipofílicos para inibir a peroxidação dos lipídeos. Por outro lado, estudos in vitro mostraram que essa vitamina na presença de metais de transição, tais como o ferro, pode atuar como uma molécula pró-oxidante e gerar os radicais H2Oe OH·. Geralmente, esses metais estão disponíveis em quantidades muito limitadas e as propriedades antioxidantes dessa vitamina predominam in vivo.

O processo de envelhecimento é inevitável, mas com a ajuda dos antioxidantes, utilizados de forma simultânea podemos atenuar ou inibir os efeitos dos radicais livres assim podendo amenizar os seus efeitos nocivos nesse processo.

Referencias

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MICHELAUN, Natalia, MICHELAUN Varinia M. Dicionário de ingredientes para cosmética e cuidados da pele. Ed. Senac São Paulo Sp, 2010.
Cordova, Alfredo; Navas, Francisco J .. Os radicais livres EO Dano muscularproduzido Pelo Exercício:. Papel dos Antioxidantes Rev Bras Med Esporte , Niterói, v 6, n.. 5, outubro 2000
FERREIRA, ALA; Matsubara, LS. Radicais livres : Conceitos, Doencas relacionadas, o Sistema de Defesa e estresse oxidativo . Rev. Assoc. Med. Bras.  São Paulo , v. 43, n. 1, março 1997
MAGALHÃES, SiIvia Carolina Resedá, Ação dos radicais livres no organismo humano e suas consequências, FAMENE(Faculdade de Medicina Nova Esperança), - World Gate Brasil Ltda, 2007




sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Malefícios e benefícios do sol na pele.

Malefícios e Benefícios do sol na pele



A radiação ultravioleta (RUV) é responsável por diversos efeitos à saúde humana.

Há uma longa lista de efeitos biológicos, agudos ou crônicos, produzidos pela RUV em humanos. Os efeitos agudos surgem alguns minutos ou horas após uma exposição. Pode ser um benéfico como a produção de vitamina D, que resulta exclusivamente da exposição à radiação UVB, ou malefícios como eritema, bronzeado, imunossupressão, edema, danos à córnea, à retina e ao DNA resultantes da exposição excessiva à RUV. Os efeitos crônicos surgem em longo prazo na forma de doenças como o câncer de pele, a imunossupressão, o envelhecimento precoce da pele. Eles resultam do acúmulo de dose de RUV ao longo dos anos em exposições que não necessariamente foram excessivas. Embora o UVB seja o principal causador desses malefícios, hoje se sabe que o UVA tem também uma importante contribuição.

De todos os efeitos produzidos pela exposição à RUV, o eritema é o mais simples, imediato e evidente. O seu aparecimento depende do tipo de pele e de quanta radiação ela recebeu. Uma classificação baseada principalmente no tipo de pele mostra a capacidade de alguém desenvolver um eritema elou bronzeado a partir de uma exposição à RUV

A exposição à RUV é a principal causa de câncer de pele. Esse malefício em geral o mais temido dentre os efeitos da RUV e pode ser dividido em duas categorias Não-Melanoma (NM) e Melanoma (M) Segundo previsões do Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2007), o câncer NM deve representar pelo menos 25% dos casos novos de câncer no Brasil em 2008. Contudo, essa neoplasia possui alto índice de cura completa quando diagnosticada e tratada de forma adequada. Os tipos mais comuns de câncer NM são ocasiona basocelular (CBC) e o carcinoma epidermóide. Ambos são mais comuns em pessoas de pele clara, ocorrendo com maior frequência em regiões do corpo rotineiramente expostas ao Sol como face, braços, mãos, pescoço e áreas adjacentes.

Até recentemente a vitamina D tinha seu papel de agente benéfico definido pela promoção da saúde do tecido ósseo, evitando o raquitismo na infância e a osteoporose na idade adulta contudo, estudos epidemiológicos desencadearam uma torrente de novas investigações e debates em torno da possibilidade dessa vitamina atuar como um preventivo contra alguns tipos de câncer, esclerose múltipla, artrite, hipertensão, resistência à insulina e doenças periodontais. Além disso, pacientes com câncer tipo M que tiveram mais exposição ao Sol apresentam maior resistência à doença, o que se suspeita seja também um efeito de uma maior concentração de vitamina D no organismo. Ainda não há um estudo sistêmico que explique essas observações e comprove a eficácia da vitamina D. 

Contudo, isso sugere um tempo ideal de exposição à RUV que garanta os benefícios de uma concentração adequada de vitamina D no organismo em inimize os diversos malefícios provenientes da exposição crônica é claro que esse tempo ideal é função da incidência local de RUV. A vitamina D é produzida a partir das pré-vitaminas 03 e 02 A produção da primeira é induzida pela incidência de radiação UVB na pele e representa a principal fonte de vitamina D para o organismo. Ela pode ser obtida ainda pelo consumo de peixes oleosos contendo o ácido graxo ômega- 3. A pré-vitamina D2 é produzida em vegetais a partir também da incidência de RUV e só pode ser obtida por ingestão. Então, como o UVB é a principal fonte de vitamina D, a produção da mesma no corpo humano passa a depender dos mesmos fatores geográficos, astronômicos e atmosféricos que modulam a incidência dessa radiação. Assim, por exemplo, em latitudes superiores a 50º não há produção de vitamina D no organismo durante o inverno.

FOTOENVELHECIMENTO

Trata-se de processo cumulativo que depende do grau de exposição solar e da pigmentação cutânea. A pele envelhecida pelo sol apresenta-se amarelada, com pigmentação irregular, enrugada, atrófica e com telangiectasias além de aumentar o grau de elastose cutânea, isto é, as fibras elásticas formam uma espécie de cicatriz embaixo da pele, fazendo a sua superfície perder a textura normal e ter uma aparência mais pesada. É como se houvesse uma fibrose sob a pele tentando suportar a agressão causada pelo sol, consequentemente ocorre o aparecimento de rugas profundas e flacidez acentuada ao mesmo tempo.

As alterações morfológicas resultantes do fotoenvelhecimento são diferentes das do envelhecimento intrínseco, as alterações provocadas pelo fotoenvelhecimento são várias na epiderme, notam-se o adelgaçamento da camada espinhosa e o achatamento da junção dermoepidérmica os queratinócitos ficam envelhecidos e tornam se mais resistentes a apoptose ficando susceptíveis a mutações no DNA o que pode tornar a célula cancerígena. 

Os melanócitos também reduzem alterando a densidade melanocitica o que favorece o surgimento de efélides, hipomelanose, lentigos e nevos.

O efeito solar imediato sobre a pele é a hiperpigmentação cutânea com atraso na formação de nova melanina, o qual é efeito reversível. A exposição solar prolongada e recorrente implica alterações definitivas na quantidade e distribuição de melanina na pele. A deposição de material amorfo na derme papilar, no lugar de tecido conectivo, é o principal elemento na diferenciação de envelhecimento cronológico e fotoenvelhecimento.

A interação entre as ondas provenientes da radiação solar e a pele pode ocorrer por meio da ação direta da radiação sobre as estruturas celulares, cada tipo de onda atua de modo específico a radiação ultravioleta (UV) penetra na pele e, de acordo com o comprimento de onda, interage com as diferentes células localizadas nas diferentes camadas. A radiação de ondas curtas (UVB: 280-315nm) é mais absorvida na epiderme e causa inibição de síntese de DNA, RNA e proteínas, inibi mitose, tem ação mutagênica e causa eritema tardio. Seus efeitos crônicos são: danos no tecido conectivo dérmico e causa estimulo primário para o câncer de pele não melanoma e elastose solar.

Enquanto as ondas mais longas (UVA: 315-400nm) penetram de modo mais profundo e atingem queratinócitos da epiderme e fibroblastos da derme causando eritema imediato, danos na derme, envelhecimento cutâneo, elastose solar, indução ao câncer de pele.

Mesmo diante de avanços biomoleculares e promessas cosméticas, a melhor forma de combater o fotoenvelhecimento e suas consequências é a prevenção. O número de rugas da pele está fortemente associado às horas de exposição solar durante a vida. Pode-se, então, usar esse sinal clínico como marcador preditivo de risco de se desenvolver câncer de pele.

O método mais efetivo de prevenir o fotoenvelhecimento e suas malignidades é evitar a exposição direta aos raios ultravioleta, fazendo uso de barreiras físicas como chapéu e vestuário adequado, principalmente nas populações que trabalham diretamente expostas ao sol, muito comum em nosso país e conscientização do uso diário do filtro solar é o principal caminho para evitar os efeitos danosos da radiação não só no retardo da instalação do fotoenvelhecimento, mas, principalmente, na prevenção de seu efeito mais temido, o câncer da pele.

Na próxima publicação vou falar sobre algumas marcas de protetores que eu ja experimentei.

Referencias
BAUMANN, Leslie. Dermatologia Cosmética. Princípios e práticas, Editora Revinter, São Paulo 2004.

HARRIS, Maria Inês Nogueira de Camargo. Pele estrutura, propriedades e envelhecimento 3º edição. Editora Senac. São Paulo 2009.

MONTAGNER, Suelen; COSTA, Adilson. Bases biomoleculares do fotoenvelhecimento. Uma. Bras. Dermatol. Rio de Janeiro, v 84, n. 3, julho de 2009.

BORELLI, Shirlei Schanaider. ATÉ 120 ANOS. Rejuvenescimento e cosmiatria. EDª Senac São Paulo, São Paulo, 2008.

GUYTON, Arthur Clifton, HALL, John E. Trato de Fisiologia Médica 2º ed. Ed Elsevier. – Rio de Janeiro, 2011.

SILVA, Abel A.. Medidas de radiação solar ultravioleta em Belo Horizonte e saúde pública. Rev. Bras. Geof. São Paulo ,  v. 26, n. 4, Dec.  2008 .



CASTRO, Luiz Claudio Gonçalves de. O Sistema endocrinológico Vitamina D. Arq Bras Endocrinol Metab  São Paulo , v. 55, n. 8 de novembro 2011.